O delegado titular da PF de Pernambuco, situada no município de Salgueiro, negou ao repórter Severino Carvalho, do Jornal Gazeta de Alagoas, a existência de qualquer depoimento envolvendo um suposto pistoleiro que teria sido contratado para matar o deputado Eduardo Hollanda – o Dudu – (PSD), a mando do também deputado Cícero Ferro (PMN).
O delegado, Cristiano de Oliveira Rocha, disse que o documento que vazou para a imprensa e que também foi entregue à Polícia Civil de Alagoas “não é autêntico”. Segundo o delegado existem diferenças facilmente identificáveis entre o documento que ele chamou “forjado” e um documento original da PF de Pernambuco. "Alguém aí está levando vantagem nessa história, só não sei quem”, relatou Rocha que detalhou as diferenças dizendo que o timbre, o estilo textual e o que mais chamou a atenção, até a nomenclatura do Departamento da Polícia não batem.
O delegado foi além e disse que não existe nem o documento apresentado e nem qualquer outro. “Não é autêntico, a gente não ouviu ninguém aqui. Não há nada aqui sobre Dudu Hollanda ou qualquer outra pessoa citada nesses autos dentro dos arquivos desta delegacia. Não há nada sobre esse assunto aqui”, concluiu Rocha.
O delegado está lotado na Delegacia de Salgueiro desde 2008 e divide a cadeira com outra delegada que, segundo ele, também não tem conhecimento do suposto depoimento. Rocha se disse surpreso com a repercussão do caso.
Entenda o caso
A Polícia Federal em Alagoas recebeu a informação da superintendência do órgão em Pernambuco de que um plano estaria em andamento visando ao assassinato de parlamentares alagoanos. Os alvos seriam os deputados Dudu Hollanda e Maurício Tavares, e deveria ser posto em prática no dia 1º de janeiro.
No dia da divulgação do plano, havia informações como a detenção de militares pernambucanos e alagoanos na divisa dos estados, em dois veículos, informação posteriormente não confirmada. Os deputados envolvidos na trama, Ferro (mandante) e Hollanda e Tavares (supostos alvos), se apressaram em convocar a imprensa e desacreditar o plano, no entanto, pediram reforço na segurança pessoal ao governo do Estado.
Durante a coletiva, tanto Cícero Ferro quanto Dudu Hollanda exigiram esclarecimentos sobre o suposto plano, sob pena de ‘desmoralização’ das polícias do Estado.
No documento, enviado à imprensa pela assessoria de Holanda, consta parte do depoimento de um homem que afirma ter sido contratado por José Maria Ferro, homem de confiança de Cícero Ferro, para matar o deputado Dudu Holanda. O ‘contrato’ teria sido fechado mediante o pagamento inicial de R$ 50 mil, sendo que os demais R$ 90 mil seriam pagos após a conclusão do trabalho.
No depoimento, o suposto pistoleiro ainda afirma ter participado de outra trama, a troca do corpo de um dos acusados de assassinar o vereador por Mata Grande, Fernando Aldo, Eronildo Alves Barros, o Nildo, durante um acidente na cidade de Recife (PE), em janeiro de 2008. Ferro é apontado como autor intelectual neste crime.
Em vista dos acontecimentos Holanda (PSD) interrompeu a licença médica de 122 dias e retomou o mandato na segunda-feira, dia 16. O retorno se deu sem qualquer solenidade, no gabinete da presidência da Assembleia Legislativa de Alagoas.
Fonte:Alagoas24Horas
0 comentários:
Postar um comentário